quarta-feira, 18 de junho de 2008

Teixeira diz que ex-diretora da Anac tentou levar Varig à falência

EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília

O advogado Roberto Teixeira afirmou nesta quarta-feira que a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu agiu "em prol da liquidação e extinção da Varig" e que ela tentou levar a empresa à falência.

Teixeira é compadre de Lula e advogado do fundo americano Matlin Patterson na compra da VarigLog e da Varig. Ele foi acusado por Denise de ter usado sua suposta influência junto ao governo para pressionar a agência a favor de seus clientes.

"É mentira que eu tenha pedido ou obtido qualquer apoio político para exercer minha atividade", diz Teixeira no documento entregue à Comissão de Infra-estrutura do Senado, onde ele havia sido convidado para dar esclarecimentos sobre o assunto hoje. Seu depoimento foi adiado a pedido dos senadores da oposição.

"A senhora Denise Abreu também mentiu", diz o advogado, que listou no documento uma série de "atos concretos" da ex-diretora contra a Varig.

Ele diz que o escritório entrou com cerca de 300 processos na Justiça sobre o caso Varig. "Diversos desses processos tinham como objetivo combater arbitrariedades praticadas por Denise Abreu."

Para Teixeira, a ex-diretora praticou diversos atos com o objetivo de distribuir as linhas da Varig para as empresas concorrentes e impedir a tentativa de recuperação da empresa.

Histórico de desavenças

O escritório de Teixeira passou a atuar no caso depois que a venda da Variglog para o fundo norte-americano já havia sido aprovada pelo DAC (Departamento de Aviação Civil), que foi posteriormente substituído pela Anac.

Os problemas com Denise começaram quando ela reabriu o processo de venda, contestando as informações sobre a presença de capital estrangeiro na empresa além do limite permitido pela legislação, de 20%.

A briga continuou depois da confirmação pela Anac, por unanimidade, de que a venda não feria a legislação. Quando a VarigLog comprou a Varig, Denise teria agido para impedir que a empresa pudesse voar.

No final do documento, Teixeira responsabiliza ainda a diretora por diversos prejuízos causados ao setor de aviação, entre eles o caos aéreo no final de 2006 e início de 2007 e o acidente da TAM em Congonhas no ano passado.

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