quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Passageiros e Jobim ficam livres de Zuanazzi

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Zuanazzi fez declarações polêmicas no auge da crise
aérea
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Ministro da Defesa diz que chegou a hora de trabalhar com o futuro e não mais com o passado

BRASÍLIA - Depois de três meses de queda de braço, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, vai deixar o cargo, segundo informou ontem à tarde o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Amigos de Zuanazzi confirmaram a saída dele da presidência do órgão regulador, mas informavam que ele ainda cogitava permanecer na diretoria.

A definição de quem comanda uma agência reguladora é do presidente da República, mas o cargo de diretor está garantido por mandato e só pode ser retirado em casos especiais, como condenação na Justiça e a existência de processo por improbidade administrativa.

Depois de comandar uma reunião com todas as autoridades do setor aéreo - para a qual Zuanazzi nem foi convidado -, Jobim disse ter a informação de que o presidente da Anac se afastaria e entregaria a carta de demissão ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. "A informação é que se afaste amanhã (hoje)."

Pela manhã, o ministro da Defesa já deixara a impressão de que se sentia vitorioso nessa disputa na agência. Em um intervalo da reunião, até justificou a ausência de Zuanazzi. "Estamos num momento de substituição. Temos de trabalhar com quem vai para o futuro, não com quem ficou no presente. Estamos trabalhando com o futuro, não com o passado." Jobim deixou claro que já tinha conhecimento do destino de Zuanazzi. "A questão pontual vai ser resolvida hoje (ontem) à tarde", informou, sem dar detalhes.

A reunião de ontem tinha como pretexto o entrosamento com os novos diretores da agência e a discussão de uma nova malha aérea para evitar caos nos aeroportos no período de alta temporada, entre 1º de dezembro e 15 de março. No entanto, soou como um marco dos novos tempos na Anac, sacramentado pela ausência de Zuanazzi. Compareceram o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sérgio Gaudenzi, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.

O ministro anunciou ainda que, na próxima semana, indicará a economista Solange Paiva Vieira, chefe da Secretaria de Aviação Civil, para a presidência da Anac. O nome dela terá de ser encaminhado pela Casa Civil ao Senado. Embora no Palácio do Planalto e no Ministério da Defesa a aposta seja na saída de Zuanazzi tanto da presidência quanto da diretoria, Jobim resolveu não indicar por enquanto o nome do engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves para uma das vagas.

Três novos diretores já estão escolhidos e o quarto nome é o de Solange Paiva Vieira. Como a diretoria é formada por cinco integrantes, se Zuanazzi insistir em continuar diretor, não haverá lugar para o engenheiro.

No caso da permanência de Zuanazzi na diretoria, a estratégia do ministro será apostar na investigação da Controladoria Geral da União, que apura improbidade administrativa na agência reguladora. A saída de Zuanazzi da presidência permite que seja nomeado presidente interino o diretor Alemander Pereira Silva, empossado na segunda-feira.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribunadaimprensa.com.br/anteriores/ontem/






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