quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Anac garante que brasileiros poderão voar sem medo de apagão

Da Tribuna da Imprensa

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) garantiu ontem que os brasileiros vão poder viajar tranqüilamente durante as festas de fim de ano. A Agência revisou para baixo as projeções de crescimento do fluxo de passageiros transportados no País este ano e em 2009, por causa da crise. A presidente da Anac, Solange Paiva Vieira, anunciou que a expansão da demanda doméstica deverá ficar em 7% em 2008, diante da estimativa inicial de até 10%.

O clima de desconfiança mundial terá impacto ainda maior no ano que vem, quando o aumento de usuários de vôos nacionais deverá se situar entre 3% e 5%, sendo que a agência esperava alta de 8%. "Já teve uma redução do movimento no segundo semestre, como resultado da crise", afirmou Solange, durante entrevista realizada na nova sede da agência, no centro do Rio, para fazer um balanço da atuação da Anac em 2008. Na última divulgação dos dados de demanda de vôos domésticos, em outubro, o fluxo de passageiros transportados teve queda de 3,9%, o pior resultado mensal desde janeiro de 2003, quando houve recuo de 7,5% nesse indicador.

A presidente da Anac afirmou que a crise não deverá ter reflexos na operação da agência. Até brincou que se houver um aprofundamento do cenário seria melhor para a agência, pois facilitaria o desempenho da Anac na estruturação e planejamento do setor, numa eventual redução de vôos e da operação das companhias. Solange descartou a possibilidade de um novo apagão aéreo nos aeroportos do País no final do ano.

Disse que os atrasos e cancelamentos de vôos em aeroportos de todo o País, ocorridos principalmente no segundo semestre de 2006 por causa de uma greve de controladores de tráfego aéreo, são coisas do passado. "Aquela fase (caos aéreo) ficou para trás. O Natal vai ser tranqüilo, vai ser o último teste. Aí acho que todo mundo esquece o passado".

Solange também disse não acreditar que haja uma greve de aeronautas, aeroviários e aeroportuários, que ameaçam parar suas atividades na véspera do Natal. Aeroviários e Aeronautas reivindicam 10% de reajuste salarial, mas em reunião realizada esta semana as empresas aéreas ofereceram 7,2% de reajuste e não houve acordo, somente com aeroviários da Região Norte do País. Amanhã, acontece nova rodada de negociações.

Caso haja uma greve, Solange contou que será acionado um plano de contingência que prevê a utilização de aviões da Força Aérea Brasileira e de integrantes da Aeronáutica para auxiliar na operação dos aeroportos. Segundo o diretor da Anac, Marcelo Guaranys, as empresas aéreas se comprometeram neste final de ano em manter aviões e trabalhadores extras, no caso de haver algum problema. As companhias, de acordo com ele, também informaram que não fazer overbooking e entraram num acordo que prevê o endosso de passagens aéreas entre elas se um vôo tiver atraso de mais de 2 horas.